TOYOTA COROLLA CROSS HYBRID XRX - O MUNDO QUER SUVS

Não importa quão bem-sucedido tenha sido um sedã. Mesmo que ele tenha sido consagrado como o automóvel mais vendido de todos os tempos, o mercado é implacável, sendo incapaz de reconhecer que um bom sedã é um ótimo automóvel. E essa é a história do Toyota Corolla.

Um excelente sedã, que conquistou literalmente todos os mercados onde é vendido, mas que sucumbiu a era dos SUVS. Não que ele tenha se tornado um produto obsoleto, muito pelo contrário. Continua sendo um dos melhores automóveis já fabricados.

A questão toda é que, não apenas no Brasil, mas em todo o Mundo, os clientes querem SUVs, e se o cliente está disposto a pagar a mais para colocar na garagem um Utilitário Esportivo, é isso que as Montadoras irão produzir.

Reza a lenda, que é um pedido bastante antigo por parte das concessionárias para que a Toyota enfim produzisse um SUV baseado no Corolla. Em todos o mercado onde atua, a Toyota sempre considerou que o seu SUV era o RAV4, o que fez com muita competência, e sempre esse manteve muito forte na questão dos SUV mais robustos, baseados em suas consagradas pick-ups, como a SW4, que lá fora é conhecida como 4Runner.

A Montadora enfim decidiu criar um SUV baseado em seu mais bem-sucedido automóvel, e a missão recaiu sobre sua subsidiária tailandesa. O resultado foi um SUV que tem sim um espírito de Corolla, que bebe em sua fonte de confiabilidade mecânica e qualidade de construção, mas que possui uma identidade própria.

Anunciado no Brasil em 2021, dois anos após a mudança de geração do Corolla, o Corolla Cross, assim chamado para manter os laços familiares e assim poder usufruir da reputação do sedã começou a sua história.

A questão é que hoje, o Corolla Cross vende mais que o sedã, inclusive, a participação da versão híbrida é maior no SUV que no sedã. E por isso, o escolhemos para essa avaliação para saber quem é o melhor.

UMA MESMA PLATAFORMA

Por baixo, é o mesmo carro. Sim, se considerarmos que a plataforma TNGA-C é exatamente a mesma do sedã, podemos afirmar categoricamente que todo o conjunto motopropulsor, sistema de direção, freios e suspensão são os mesmos, claro, devidamente recalibrados para suportar a maior altura do carro. E isso é um excelente ponto, afinal, se torna inquestionável a durabilidade e a confiabilidade visto que todos os componentes já foram mais que avaliados no sedã. Isso já elimina qualquer possível receio do cliente quanto ao novo produto, visto que o mesmo tem a chancela “Corolla”, e para quem é “Toyoteiro”, isso tem um peso.

Portanto, o que se pode esperar é o mesmo bom e eficiente conjunto motriz híbrido regenerativo, 1.8 16V de quatro cilindros Flex com caixa de transmissão eCVT e bateria de Níquel Hidreto Metálico ( NiMH ) de 1,3kWh de capacidade.

Apesar da recente reestilização, que vale salientar fez muito bem ao carro pela estética mais atual, ainda não foi dessa vez que a Toyota do Brasil resolveu atualizar seu conjunto híbrido, como fez a Lexus recentemente com o seu Crossover, o UX300h. Na Europa, é possível levar para casa um Corolla Cross com 197 cv de potência combinada, e tração integral por demanda, com motor elétrico no eixo traseiro, assim como na RAV4.

Por aqui a Montadora se manteve austera ao não incrementar a potência que se manteve nos 122 cavalos. Ao menos agora o carro conta com freio de estacionamento elétrico, e não mais de pedal, o que em seu segmento é praticamente um item obrigatório.

O SUV DO COROLLA

Se a Toyota queria que o Corolla Cross fosse reconhecido como o “SUV do Corolla” ela acertou em cheio, uma vez que se fosse possível conduzir com olhos vendados se diria que se estava a conduzir um Corolla, tirando é claro a posição mais alta de condução. O rodar é exatamente o mesmo, seguro, firme, e com total ausência de qualquer ruído que possa entregar uma possível falha de montagem ou falta de esmero de construção. Se percebe claramente que estamos a bordo de um legítimo Toyota.

Claro, foi preciso uma reengenharia para adequar o posto de condução a uma altura mais elevada, e isso aumentou a posição da coluna de direção e do painel central que agora é mais alto, e isso causou uma sensação que o console central ficou baixo, um reflexo da “Suvinização” do bem resolvido interior do Corolla SD, ( que á assim a Toyota chama o sedã internamente ).

Quem deu seu Corolla de entrada em troca do Cross vai perceber a diferença. Não que isso seja ruim, mas mostra que há uma verticalização no projeto quando se fabrica um SUV. A distância da cabeça para o teto se torna muito maior, a postura de condução se torna mais alta, com pernas mais dobradas e não mais estendidas, e isso ajuda na sensação de espaço, que em relação ao sedã, foi um ganho positivo.

Não que você se sinta dentro de uma RAV4, mas principalmente no banco traseiro, a sensação de bem-estar melhorou muito, sem muita disputa pelo espaço dos pés ou pelo encaixe dos ombros.

A bateria de tração do carro se mantem embaixo do assento traseiro, sendo arrefecida pelo próprio ar firo da cabine, e por isso mantem a mesma veneziana no lado inferior a direita, onde no próprio manual do carro se pede para não deixar sacolas plásticas atrás do banco do passageiro dianteiro, para não comprometer a ventilação da bateria. Lembrando, que isso é uma característica de todos os Toyota e Lexus vendidos por aqui. Então, é só colocar as sacolas no porta-malas de 440 litros, com abertura elétrica nessa versão XRX, que é pra isso que ele serve.

EFICIÊNCIA DE SOBRA

Podem falar que o Corolla Cross é “fraco” por entregar apenas 122 cavalos de potência, mas a questão aqui não é desempenho, mas sim eficiência. Se sente necessidade de pisar mais fundo no acelerador tem a versão 2.0 como o excelente motor Dynamic Direct Shift e até padrão de acabamento esportivo GR. Agora se quer autonomia e eficiência, vá de versão Hybrid.

Vale lembrar que a Toyota foi a empresa que inventou o carro híbrido com o Prius em 1997, e o atual sistema que equipa o Corolla Cross é a quarta geração de uma tecnologia que vem sendo aprimorada a mais de um quarto de século. Então pode falar tudo, mas dizer que o sistema é ruim, aí já é um pouco de ousadia.

Os números do Inmetro comprovam que a eficiência energética do modelo é de 1,29 MJ/Km. Só para efeito de comparação, a versão com motor 2.0 Flex entrega 1,74 MJ/km Lembre-se que quanto menor o valor mais eficiente é o carro. Isso se reflete no consumo, principalmente urbano onde no sistema híbrido a atuação do motor elétrico resulta em média de consumo de 17,7km/l dentro da cidade, contra 11,6km/l do 2.0.

Já com relação emissão de CO2, o híbrido emite 20% menos Gás Carbônico que o 2.0 Flex, emitindo apenas 80g/km contra 100g/km. Um ganho e tanto.

A TECNOLOGIA FALA POR SI

É inegável o esforço da Toyota em produzir modelos cada vez mais eficientes, por isso, no já distante ano de 1993 ela criou uma comissão interna no Japão para discutir como seria o carro do Século XXI. Todas as premissas prescritas no protótipo apresentado no Salão de Tokyo de 1995 e posteriormente lançadas no Prius dois anos depois estão literalmente funcionando embaixo do capo do Corolla Cross Hybrid.

O sistema tem a vantagem de não necessitar de ponto de carregamento para a bateria, e ainda assim entregar elevados níveis de eficiência. O sistema de dois motores elétricos montados dentro da caixa de transmissão chamado de Power Split ou divisor de forças beira o nível da insanidade, tamanha complexidade técnica que foi exigida para seu desenvolvimento. Com certeza o engenheiro que a criou não tinha conta no Instagram ou Facebook para se distrair. É simplesmente uma das obras de engenharia mais admiráveis que já vi em um automóvel, e eu precisaria de um artigo completo só para explicar como funciona.

E como funciona bem, pois a integração entre o motor a combustão e o motor elétrico é algo digno de aplausos. Tiro meu chapéu para Toyota! É certo que o mercado mudou e muito concorrentes, se inspiraram em sua tecnologia para entregar bons produtos, mas nunca duvide de quem criou esse mercado e teve a visão há quase três décadas atrás de combinar dois motores tão distintos quanto possível, como um a combustão e um elétrico.

Sem falar, que a ocorrência de um defeito em qualquer um dos componentes do sistema híbrido da Toyota, seja do motor elétrico, inversor ou bateria é praticamente inexistente, sendo o sistema híbrido THS II da empresa um marco da tecnologia automotiva mundial.

REFERÊNCIA EM SEGURANÇA

E não apenas em Eficiência o Corolla Cross Hybrid se destaca. Por ser a versão topo de linha da gama, ele vem com o completo pacote de segurança Toyota Safety Sense, e é nisso que Toyota vem investindo pesados nos últimos quatro anos aqui no Brasil.

Com relação a segurança passiva, são sete airbags, sendo dois frontais, dois laterais frontais e dois de cortina, além do airbag para o joelho do motorista. No quesito assistentes de condução há alerta de colisão frontal, frenagem automática de emergência, alerta de mudança de faixa, comutação automática do farol alto e piloto automático adaptativo. Um pacote bem completo sendo uma das referências no segmento.

CONCORRENTES

Sim, a vida do Corolla Cross não tem sido fácil desde a chegada dos chineses. Enquanto a disputa era com a Jeep havia o diferencial de ser o único SUV eletrificado do segmento. Mas aí com a chegada da GWM e BYD, o público pode conhecer novos produtos, inclusive com tecnologia híbrida plug-in, até então pouco explorada no segmento de SUVs médios.

BYD SONG PRO

O destaque aqui é o sistema híbrido plug-in da BYD, que pelo preço inferior ao cobrado pelo Toyota entrega ainda mais eficiência, mas exige a instalação ode um ponto de recarga para que se possa aproveitar toda a tecnologia.

Com a bateria carregada, a versão de topo GS de 18,3kWh consegue entrar uma autonomia perto de 100km dentro da cidade, sem precisar gastar uma gota de combustível.

Mas, peca justamente em outro ponto onde o Toyota Corolla Cross se destaca que é a segurança, uma vez que o Song Pro não possui Assistentes de condução e se limita as bolsas airbag e sistema de freios ABS, controle de tração e estabilidade.

Se quer investir em um SUV eletrificado o Song Pró é o híbrido plug nesse tipo de carroceria mais acessível hoje no mercado.

GWM HAVAL H6 HEV

O maior diferencial no caso do Haval H6 HEV não está no sistema híbrido, muito similar por sinal, mas menos eficiente que o Toyota, mas sim no espaço interno e porta-malas. Ou seja, por um valor similar, irá levar para casa um SUV híbrido, não plugável, porém maior em todas as direções.

É um carro que tem porte, é elegante, espaçoso e confortável, porém de uma marca que ainda está se mostrando no Brasil. A GWM tem feito um bom trabalho por aqui, o que tem deixados clientes satisfeitos. Só o tempo dirá se a marca terá um Pós Vendas de excelência como o da Toyota, mas o produto em sí, é muito bom.

Se o orçamento permitir, e gostou do H6, invista na versão Plug-in 19 que é um dos melhores carros hoje do segmento.

POR QUE COMPRAR O TOYOTA COROLLA CROSS HYBRID XRX

Porque é o SUV do sedã mais vendidos do Mundo que é o Corolla. Depois pelo seu eficiente sistema híbrido, ótimo pacote de segurança e a incapacidade de quebrar, claro, se feitas a manutenção corretamente. Se é fã da marca, não economize e vá na versão XRX topo de gama mais vem equipada. Se quer um carro para blindar e rodar seguro com os filhos a um preço mais acessível, esse é seu carro.

Lembre-se que quando você compra uma Toyota não compra só um carro, mas compra também um Pós Vendas de excelência, e uma marca de pouca desvalorização. Claro, sua central multimídia não é um exemplo de sofisticação e o acabamento interior é apenas bom, não sendo extraordinário. Mas é um carro para comprar e não ter dor de cabeça, como um bom Toyota.

Agradecemos a TOYOLEX TOYOTA por gentilmente nos ceder o veículo para nossa avaliação.

GALERIA

Comprimento: 4460mm

Largura: 1825mm

Altura: 1620mm

Entre eixos: 2640mm

Portamalas: 440 litros

Tanque: 36 litros

Peso: 1.450 kg

Ocupantes:05

Suspensão dianteira: Independente McPherson

Suspensão traseira: Eixo de torção

Freio dianteiro: Disco ventilado

Freio traseiro: Disco sólido

Direção: Eletroassistida

Pneus: 225/50 R18

Motor a combustão: 1.8 16V quatro cilindros aspirado

Potência do motor a combustão: 98cv ( G ) / 101cv ( E )

Torque: 14,5kgfm

Potência motor elétrico: 72cv

Torque motor elétrico: 16,6kgfm

Potência combinada: 122 cv

Torque combinado: não informado

Transmissão: eCVT

Tração: Dianteira

Tecnologia: Híbrido regenerativo ( HEV )

Capacidade da bateria: 1,3kWh

Química: Níquel Hidreto Metálico ( NiMH )

Capacidade de carregamento: Não se aplica

Preço 29/10/24 ( Fonte: site da Montadora )

*Valores podem sofrer alterações

Período de Revisão: A cada 10 mil km ou 12 meses

10 mil km: R$ 505,90

20 mil km: R$ 990,00

30 mil km: R$ 864,00

40 mil km: R$ 1.419,00

50 mil km: R$ 771,00

Aceleração 0 a 100km/h: 13s

Velocidade máxima:170 km/h

Autonomia elétrica: 0 km

Eficiência energética: 1,31 MJ/km

Emissão CO2: 79g CO2 / km

Consumo: 17,8km/l ( G ) / 11,8km/l ( E ) ( cidade )

Consumo : 14,7km/l ( G ) / 9,7km/l ( E ) ( estrada )

Garantia do veículo: 05 anos

Garantia da bateria: 08 anos

Itens de série

  • Central multimídia com tela sensível ao toque, rádio AM/fmfunção MP3, entrada USB e câmera de ré,
  • Espelhos retrovisores com ajustes e rebatimento elétricos,
  • Rack de teto longitudinal,
  • Acabamento do volante em couro na cor preta,
  • Painel central em black piano,
  • Difusores de ar com acabamento na cor prata,
  • Banco traseiro bipartido,
  • Rebatível 60:40 e reclinável,
  • Cobertura retrátil do porta-malas,
  • Pacote Toyota Safety Sense
  • Assistente de pré-colisão (PCS) com alerta sonoro e visual,
  • Frenagem automática,
  • Sistema de assistência de permanência de faixa (LTA),
  • Alerta de mudança de faixa (LDA),
  • Controle de velocidade de cruzeiro adaptativo (ACC)
  • Farol alto automático (AHB),
  • Sete airbags (dois de cortina, um de joelho para motorista, dois frontais e dois laterais para motorista e passageiro),
  • Barra de proteção no interior das quatro portas,
  • Controles eletrônicos de estabilidade e de tração,
  • Assistente de subida em rampa (HAC),
  • Sistema de alarme volumétrico e perimétrico,
  • Acendimento automático de faróis e lanternas
  • Luzes diurnas (DRL) nas lanternas dianteiras,
  • Sensores de estacionamento dianteiro e traseiro,
  • Computador de bordo com visor de 4,2”,
  • Indicador de direção econômica,
  • Chave com comandos integrados para abertura, travamento das portas e alarme,
  • Volante multifuncional.
  • Rodas de liga leve aro 18″ com acabamento na cor cinza escuro e diamantada, espelho retrovisor interno com antiofuscante eletrocrômico,
  • Start Button/Push Start
  • Smart Entry,
  • Limpador do para-brisa intermitente com sensor de chuva,
  • Computador de bordo com tela TFT de 7’’.
  • Retrovisores com função tilt down e alerta de ponto cego,
  • Moldura superior das janelas com acabamento cromado,
  • Faróis e lanternas em LED,
  • Farol alto automático,
  • Alerta de tráfego traseiro
  • Ar-condicionado dual zone automático digital frio e quente com duto traseiro,
  • Banco do motorista e do passageiro com regulagem elétrica.
  • Teto solar elétrico com função antiesmagamento,
  • Acabamento interno com partes revestidas de couro e material sintético bege.

Concorrentes do Toyota Corolla Cross XRX Hybrid

AVALIAÇÃO COMPLETA
CONCORRENTE:
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