
Ao contrário de um carro a combustão onde a marcha a ré é mecanicamente limitada em termos de velocidade, em um carro elétrico essa restrição ocorre de forma eletrônica o que o impede de atingir altas velocidades andando para trás, pois em teoria o carro 100% elétrico poderia chegar na mesma velocidade andando para frente ou para trás.
Em um carro convencional, há uma caixa de transmissão onde são montadas engrenagens cuja relação produz as marchas que movem o carro para frente. As marchas baixas, de primeira e segunda, são marchas de força que ajudam o carro a sair da inércia. Da terceira à ultima marcha, são marchas que priorizam a velocidade, onde a medida que o carro avança nas marchas o carro vai ganhando velocidade.
Essas marchas movimentam o carro para frente, e a medida que as marchas são selecionadas para “cima”, o carro vai ganhando velocidade. No caso da marcha a ré é um pouco diferente.
Primeiro pelo fato de haver uma única velocidade para trás e não várias, como na movimentação a frente, e segundo por ser necessário inverter o sentido de rotação da roda.
Para isso, é incluída no par de engrenagens da primeira marcha uma terceira roda dentada. Ao se fazer isso, o sentido de rotação é invertido. Isso causa o efeito de inversã ode sentido na roda, impulsionando o carro para trás.
Todo esse princípio de funcionamento também é válido para uma transmissão automática. A diferença para a transmissão mecânica é que o sistema de seleção odas marchas é diferente.
Nesses carros a combustão, a velocidade final de marcha a ré será muito próxima da primeira marcha, pois utilizam a mesma relação de engrenagem. E essa relação é de força e baixa velocidade, limitando assim o quão veloz o carro pode ser se deslocando para trás. No máximo, seria possível chegar a uns 40km/h em marcha a ré.
No caso do carro elétrico, como o motor já possui muito torque isso elimina a necessidade de uma caixa de marchas, sendo utilizado apenas uma pequena caixa de redução com uma única velocidade.
Sendo assim, se não há uma caixa de transmissão, não há engrenagem de ré para inverter o sentido de rotação da roda.Esse trabalho é feito apenas invertendo a polaridade do motor elétrico, o que o faz girar no sentido contrário.
Ou seja, diferente do carro a combustão, onde há a necessidade de uma caixa de transmissão manual ou automática, com a presença de uma engrenagem de ré, no carro elétrico um sinal digital enviado pela central eletrônica de comando inverte a polaridade do motor elétrico, fazendo-o girar no sentido contrário, movendo carro para trás.
Sendo assim, como não há relação de engrenagem que limite o quanto o carro pode chegar de velocidade para trás, e como o motor elétrico gira nos dois sentidos sem limitações, em teoria o carro poderia conseguir desenvolver a mesma velocidade, tanto para frente quanto em marcha a ré.
Porém, por ser uma marcha de manobra e não de deslocamento, os engenheiros restringem eletronicamente a velocidade que o carro pode chegar em movimento reverso. A mesma central eletrônica que inverte a polaridade do motor, é a mesma que também evita que o carro supere uma velocidade pré-definida, controlando a rotação do motor elétrico.
Apenas por curiosidade, a velocidade máxima de um elétrico chegaria a até 60km/h, a depender da marca e modelo, mas sabendo que se não houvesse um limitador eletrônico essa velocidade a mesma máxima que para frente.